Editorial – setembro 2018: “Simpósio Arquidiocesano no Ano Nacional do Laicato”

Publicado em: 10/09/2018 | Seção: Destaques, Voz do Arcebispo | Assunto: Editorial

Já há alguns anos realizamos em nossa Arquidiocese um encontro anual que chamamos Simpósio Arquidiocesano. É um encontro de toda a Igreja Arquidiocesana representada para, juntos buscarmos um maior aprofundamento no caminho comum em nossa vida eclesial e ação pastoral.

Foram realizados os Simpósios no Ano da Fé – proposto pelo Papa Bento XVI a toda a Igreja, no Ano da Esperança e no Ano da Caridade, como preparação para a celebração jubilar dos 100 anos da Arquidiocese de Fortaleza. O Simpósio Arquidiocesano também se realizou em sintonia com o Ano Jubilar da Misericórdia proposto pelo Papa Francisco. Vivemos em 2017 o Ano Nacional Mariano, nos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil e nos 100 anos das aparições de Nossa Senhora em Fátima.  A CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – instituiu este ano Jubilar especial – Ano Nacional Mariano, acolhendo e celebrando o dom de Deus através da Mãe de Jesus e da Igreja como lição e cuidado de Deus pelo Seu Povo.

Estaremos realizando neste final de mês de setembro ( nos dias 22 e 23 de setembro) o Simpósio Arquidiocesano no Ano Nacional do Laicato. Este tema veio em relevo pela aprovação do Documento 105 da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CRISTÃOS LEIGAS E LEIGOS NA IGREJA E NA SOCIEDADESal da Terra e Luz do Mundo (Mateus 5,13-14).

“Assim estaremos comemorando os 30 anos do Sínodo ordinário sobre os leigos (1987) e os 30 anos da Exortação Apostólica do Santo Padre João Paulo II – Christifideles Laici – sobre a vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo (1988); a estimular a presença e a atuação dos Cristãos leigos e leigas “verdadeiros sujeitos eclesiais” (D. Ap. 497), como “sal, luz e fermento” na Igreja e na sociedade.

A palavra “leigo” tomou um significado negativo na linguagem comum, como alguém que é ignorante de alguma coisa, não preparado em algum assunto; mas originalmente e etimologicamente não foi assim, pois quer dizer “cidadão”. Assim a entende e usa a Igreja, quando se refere aos fiéis. Os fiéis cristãos são cidadãos do Reino de Deus, de direito e de fato. De direito, pois recebem esta dignidade por graça divina, como membros de Cristo e da Igreja, filhos e filhas de Deus em Cristo pela ação de Seu Espírito. Portanto discípulos de Cristo e herdeiros com ele do Pai do Céu. A mesma missão de Jesus Cristo, o Filho de Deus encarnado para realizar no mundo o Reino de Deus e a ele chamar toda a humanidade, torna-se a missão dos discípulos como transformadores na graça divina de toda a realidade humana. Assim, de fato, há uma dignidade ao se fazer parte da Igreja como membro de pleno direito. E esta dignidade lhe dá a missão de levar a todo o mundo a transformação no Amor realizada por Cristo.

Os leigos cristãos são operários do Reino de Deus que vai fermentando toda a história da humanidade, as realidades da vida na terra, as relações da sociedade dos homens, rumo ao Reino que se fará definitivo por obra de Deus e colaboração dos homens. E todas as dimensões da realidade humana e social recebem da força do Evangelho de Cristo através da atuação dos cidadãos do Reino de Deus – ‘leigos e leigas cristãos, sal da terra e luz do mundo, numa Igreja em saída a serviço do Reino’.”

Esta é uma preciosa oportunidade de nos aprofundar nos fundamentos da Palavra de Deus, no ensino do Magistério Eclesial, no conhecimento da realidade eclesial que vivemos e na busca de um direcionamento comum de todas as nossas comunidades na vivência cristã como discípulos de Cristo e na ação pastoral como missionários do Evangelho.

+ José Antonio Aparecido Tosi Marques
Arcebispo Metropolitano de Fortaleza

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